É difícil ser feliz. Ainda mais num mundo como o nosso, onde rótulos e parâmetros são criados o tempo inteiro.
As crianças já nascem sabendo que azul é cor de meninos e rosa cor de menina; e se tem aquele colega que não segue esse parâmetro, certamente será zombado. Que as altas e magras serão bem sucedidas enquanto as gordinhas serão apenas gordinhas e que pessoas do mesmo sexo não podem se gostar. São induzidas a todo momento a manter esta fórmula estrutural da felicidade.
E quanto aos que não seguem as estruturas? Bom, há quem diga que são infelizes. Mas façamos uma rápida análise: entre ser feliz e ser aceito pelos outros, qual opção você escolheria? Pense bem; deixar a sua felicidade para trás por causa de certas "regras básicas" (e arcaicas) impostas por uma grande massa é um tanto quanto opressor. Acabou a era do Darwinismo Social, agora é questão de o mais feliz sobreviver.
Aquela família feliz com papai, mamãe, filhos lindos e um cachorro maravilhoso brincando na graminha verde do quintal que as propagandas de margarina tendem a rotular como padrão, é a maneira mais alienadora da felicidade. Elas impõem às famílias que não são daquele jeito o cargo de infelizes e incitam a intolerância a diferentes formas de ser feliz. É como se reduzissem as formas às fôrmas (mais uma vez arcaísmos e dessa vez parnasianos).
Alcançar o ápice da felicidade é fácil, pois cada um a tem da maneira que deseja; o difícil é mantê-lo perante a pressão estabelecida. Está na hora dessa pressão mudar, tornar-se inversa, uma pressão para que todos sejam felizes e não apenas aceitos socialmente.
As tecnologias e futurismos deveriam vir acompanhados de um toque de consciência não-arcaica em cada um e só assim seria alcançada a felicidade plena, sem precisar se perguntar todos os dias "eu quero ser aceito ou ser feliz?".
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